terça-feira, 22 de março de 2011

Arrecadação federal soma R$ 64 bilhões em fevereiro

A arrecadação federal em fevereiro seguiu uma sequência de recordes de outros meses. De acordo com números divulgados há pouco pela Receita Federal, a arrecadação no mês passado somou R$ 64,138 bilhões. O valor, descontada a inflação oficial pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é 9,38% superior ao de fevereiro do ano passado e é o maior da história para o mês.

Nos dois primeiros meses de 2011, a arrecadação totaliza R$ 155,939 bilhões. A quantia é R$ 17,952 bilhões maior que a registrada no mesmo período de 2010. O crescimento real, também levando em conta o IPCA, é de 13,01%.

De acordo com a Receita Federal, o desempenho da economia continua a ser o principal responsável pelo desempenho da arrecadação. Em dezembro de 2010 e janeiro deste ano, a produção industrial subiu 5,78%, as vendas de bens e serviços aumentaram 15,21% e a massa salarial cresceu 16,74% em relação aos mesmos meses dos anos anteriores. Como o fato gerador de um mês só influencia as receitas públicas no mês seguinte, a atividade econômica em dezembro e janeiro tem impacto na arrecadação de janeiro e fevereiro.

O aumento da lucratividade das empresas também contribuiu para o recorde na arrecadação. As receitas do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) tiveram aumento real de 20,55% nos dois primeiros meses de 2011. De acordo com a Receita, esses tributos foram os principais responsáveis pela diferença na arrecadação no acumulado do ano em relação ao ano passado.

O IRPJ e a CSLL foram os tributos que mais levaram tempo para se recuperar da crise econômica de 2009. Isso ocorreu porque a queda no lucro das empresas em 2009 repercutiu no imposto pago em 2010. Neste ano, as empresas estão pagando mais impostos por causa da lucratividade maior no ano passado.

Em relação a janeiro, a arrecadação federal em fevereiro caiu 30,13%. Essa queda, no entanto, ocorre todos os anos e se deve a diferenças no calendário de arrecadação de um mês para outro.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Ofensiva na Líbia e crise nuclear no Japão direcionam bolsas da Ásia

As bolsas da Ásia iniciaram a semana em alta, influenciadas pelo aumento do preço do petróleo no mercado internacional, diante da ofensiva dos países ocidentais na Líbia. As bases do ditador Muamar Gadafi foram atacas por terra e ar, numa ação coordenada por Estados Unidos, Reino Unido e França.
No Japão, a crise nuclear ainda preocupa, porém progressos nas medidas para evitar uma catástrofe minimizaram os temores no mercado. A bolsa de Tóquio não operou nesta segunda-feira devido a um feriado local.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 1,73%, para 22.685,20 pontos, acompanhado pelo Shanghai Composite, da bolsa de Xangai, que ganhou 0,08%, marcando 2.909,14 pontos. Os indicadores apresentaram fôlego, apesar do novo aumento no compulsório promovido pelo banco central chinês na última sexta-feira.
Em Taipé, o Taiwan Taiex avançou 0,87%, para 8.467,71 pontos e, em Seul, o índice Kospi teve valorização de 1,33%, aos 2.003,42 pontos.  O S&P/ASX 200, da bolsa de Sydney, subiu 0,35%, para 4.642,80 pontos, ajudado pelas ações do setor bancário.

Fonte: Valor Econômico

sexta-feira, 18 de março de 2011

Ganhos reais de salário são recorde

Por Wladimir D’Andrade

São Paulo (AE) - As negociações salariais com aumento real de salários atingiram, em 2010, a maior proporção em relação ao total desde 1996. Segundo dados divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 88,7% de um total de 700 negociações salariais obtiveram reajuste acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) - indicador de inflação calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2009, a proporção havia sido de 78,9%.

adriano abreuO comércio foi o setor com a maior proporção de negociações salariais com ganho real no períodoO comércio foi o setor com a maior proporção de negociações salariais com ganho real no período
Segundo informações do Dieese, 7% das negociações conseguiram, ao menos, repor a inflação em 2010 e 4,3% não chegaram a este patamar. No levantamento de 2009, os índices dos acordos que conseguiram repor as perdas da inflação e dos que ficaram abaixo do INPC foram de 12,3% e 8,8%, respectivamente.

Setores

O comércio foi o setor que apresentou maior proporção de negociações salariais com ganho real em 2010. Foram ao todo 96% de acordos concluídos com aumento superior ao INPC do ano passado, ante 91% na indústria e 83% nos serviços.

O coordenador da pesquisa, José Silvestre, disse que o setor de comércio teve desempenho superior ao da economia brasileira em 2010. Segundo ele, até novembro, o comércio teve crescimento de 11% na comparação com o ano de 2009, de acordo com pesquisa do próprio Dieese. “A renda e a oferta de crédito estiveram em alta em 2010 e estas variáveis são os termômetros do comércio. O bom desempenho delas no ano passado explica o resultado do setor.”

O ano de 2010 se destacou pelo aumento “significativo” no total de negociações terminadas nas faixas mais altas de ganho real. De 700 acordos analisados, 106, ou 15%, tiveram aumento real acima de 3%. Em 2008, essa faixa correspondeu a 4% das negociações, e em 2009, a 5%. Os ganhos acima de 5% também foram maiores em 2010: 4% do total, ante 0,28% em 2008 e 1,4% em 2009. Grande parte das negociações (74%) resultou em aumento real na faixa entre 0,01% e 3%. O porcentual de acordos que não conseguiu repor o INPC de 2010 foi de 4%, enquanto em 2008 foi de 11% e, em 2009, 9%.

Na análise do triênio 2008-2009-2010, o Dieese aponta que 89% das negociações obtiveram ganho real.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Após visita de Obama, exploração do pré-sal pode ganhar novo impulso


Petróleo será um dos temas da reunião do presidente dos EUA com Dilma.
Possível acordo de pré-venda pode acelerar produção em novos campos.

Darlan Alvarenga Do G1, em São Paulo
 
A exploração do pré-sal brasileiro poderá receber novo estímulo caso se concretizem as expectativas em relação à visita ao Brasil do presidente americano, Barack Obama. A questão energética será um dos principais temas do encontro dele com a presidente Dilma Rousseff, e a Casa Branca já expressou seu interesse em comprar petróleo brasileiro em longo prazo.
Num momento em que o barril atinge preços recordes por causa das revoltas árabes, o Brasil passa a ser visto cada vez mais como uma potencial alternativa para o fornecimento de petróleo.
“Os Estados Unidos são devoradores de petróleo, consomem cerca de um quarto da produção mundial e têm uma necessidade de diversificação das suas fontes de suprimento”, afirma o economista David Zylbersztajn, ex-diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
O Brasil só tem a ganhar. É como abrir uma fábrica e já ter comprador garantido”, avalia Zylbersztajn"
David Zylbersztajn
O Brasil, por sua vez, se destaca por sua estabilidade política, econômica e institucional. “Somos um país muito mais confiável do que a Venezuela, que hoje é a grande fornecedora de petróleo na região para os Estados Unidos”.
Obama virá acompanhado de uma comitiva de empresários e de vários ministros, incluindo o de Energia, Steven Chu, o que vem gerando otimismo em relação a assinaturas de acordos bilaterais na área de combustíveis, incluindo uma possível negociação de antecipação de compra de petróleo do pré-sal.

“O Brasil só tem a ganhar. É como abrir uma fábrica e já ter comprador garantido”, avalia Zylbersztajn. “Como a produção no pré-sal só deve decolar daqui a oito ou dez anos, o país já estaria viabilizando com antecedência o escoamento do excedente”.
Mais crédito e investimentos
Para o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, um acordo de pré-venda de petróleo ajudaria a criar novas linhas de financiamento e poderia até acelerar o cronograma de produção nos novos poços descobertos.
“Um acordo nessa linha pode trazer mais investimentos e financiamentos e pode transformar o pré-sal desde já numa realidade”, afirma.

Segundo a Petrobras, a previsão é de que em 2014 o pré-sal estará produzindo 241 mil barris/dia e chegará a 1 milhão de barris em 2017 e a 1,8 milhão em 2020. Atualmente, a produção média diária da empresa é de 2 milhões de barris, sendo menos de 100 mil na área de pré-sal.

“Dependendo dos novos investimentos e parcerias e da retomada dos leilões, é factível antecipar essas projeções em dois ou três anos”, afirma Pires. “Os maiores investimentos anunciados para o Brasil nos últimos anos são nos setores de petróleo e gás. As empresas americanas são grandes fornecedoras de bens e serviços e tem todo o interesse em participar no pré-sal”.

Ele lembra que o Brasil já fez um acordo de pré-venda de petróleo com a China, que em 2008 emprestou US$ 10 bilhões para a Petrobras com a garantia de importar 200 mil barris diários por um período de dez anos.

Segundo o analista, um acordo do gênero com os EUA representaria também o reconhecimento da maior economia do mundo da importância do Brasil no mercado de petróleo no mundo. “Se o acordo sair, vamos finalmente parar com antiamericanismo tão presente no setor”.
O Brasil já é auto-suficiente em petróleo, com produção diária de 2,1 milhões de barris, equivalente ao consumo doméstico. Segundo projeção da consultoria IHS Cera, até 2030 o Brasil poderia exportar cerca de 2,5 milhões de barris de petróleo bruto por dia.
Chance de negociar contrapartidas
Para o professor das Faculdades Rio Branco, Carlos Eduardo Stempniewski, o Brasil deve aproveitar o grande interesse americano no petróleo do pré-sal para negociar contrapartidas em outros temas na área de energia.

“O Brasil deveria aproveitar o momento em que os Estados Unidos está revendo a sua matriz energética para colocar na mesa os pontos críticos das relações comerciais e tentar negociar um pacote que envolva também questões como barreiras comerciais ao nosso etanol”, afirma.
O subsídio americano ao etanol à base de milho, aliado a uma tarifa de importação de US$ 0,54 por galão, que acaba sobretaxando o produto brasileiro, é uma discórdia antiga entre os dois países.

O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura acredita que Brasil e EUA podem avançar no tema, uma vez que ambos os países tem interesse em transformar o etanol numa commodity internacional. “Sendo os Estados Unidos o maior produtor mundial, chama a atenção o fato de ainda não existir nenhuma empresa americana atuando nesse mercado no Brasil”, diz.

Pires destaca também o potencial do gás natural, que possui grandes reservas no pré-sal, como substituto da energia nuclear na geração de energia elétrica. “Com o terremoto do Japão, a energia nuclear passou a ser patinho feio e o Brasil pode ser um grande fornecedor um dos poucos parceiros confiáveis”, diz.

Na opinião de Stempniewski, um eventual acordo de pré-venda de petróleo do pré-sal também deveria estar vinculado a garantias de investimentos para a viabilização de novas refinarias. “É preciso perguntar que refinarias do mundo irão processar o petróleo produzido aqui, que é mais denso e possui características específicas”, afirma o especialista, lembrando que hoje o Brasil exporta petróleo bruto e importa produtos derivados por falta de capacidade de processamento

terça-feira, 15 de março de 2011

Evolução do emprego formal em Mossoró



Érica Priscilla Carvalho de Lima
Graduanda em Economia da UFRN e bolsista do GEPETIS


Segundo estudo realizado em 2010 pela Escola de Negócios (FUCAPE) e divulgado pela Revista Você S/A, destaca Mossoró entre as 100 melhores cidades brasileiras em oportunidades e para se fazer carreira. 
De acordo com LIMA (2010), “Mossoró ganhou destaque no cenário dos municípios do Rio Grande do Norte devido ao forte direcionamento de investimentos governamentais, que proporcionaram a este município o crescimento econômico que foi alcançado” (LIMA, 2010, pag. 09).
Entre o início da década de 1990 até 2008, foi possível assistir uma evolução do emprego formal em Mossoró e este processo foi acompanhado por uma elevação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no município, mostrando assim, que houve um melhor desempenho nas variáveis: nível de renda, educação e longevidade.

Este processo que vem ocorrendo no município de Mossoró é resultado da desconcentração econômica em favor das cidades médias, que passaram a receber um crescente fluxo de investimentos e de população, tornando-as espaços potenciais de absorção de novos empreendimentos que antes eram direcionados para as metrópoles. Assim, como em Mossoró, algumas cidades médias do Nordeste passaram a ganhar com a relocalização produtiva que ocorreu no cenário nacional, como Campina Grande, na Paraíba, e Feira de Santana, na Bahia. 

Fonte:
LIMA, Érica Priscilla Carvalho de. Reconfiguração do emprego formal nas cidades médias do Nordeste: Mossoró (RN) e Feira de Santana (BA): 1990-2008. XVI Seminário de Pesquisa do CCSA, 2010, UFRN.

Prefeitura Municipal de Mossoró: 
http://www.prefeiturademossoro.com.br/noticias.php?codigo=OTEy

segunda-feira, 14 de março de 2011

Prejuízo econômico do Japão pode chegar a R$ 305 bilhões

As perdas econômicas nas regiões do Japão que foram atingidas pelo grande terremoto vão somar cerca de 14 trilhões a 15 trilhões de ienes (aproximadamente R$ 284,5 bilhões a R$ 305 bilhões), segundo informações disponíveis nesta segunda-feira, afirmou o Credit Suisse, em relatório.
O economista-chefe do banco, Hiromichi Shirakawa, informou que prejuízos na região nordeste do Japão serão "um pouco menos que 40%" dos 40 trilhões de ienes em perdas econômicas totais registradas no terremoto de Kobe, em 1995.
Shirakawa informou que as perdas pelo terremoto de sexta-feira serão provavelmente menores por causa de um menor número de prédios de escritórios, instalações comerciais e estradas afetadas nas regiões atingidas.
O analista afirma ainda que não houve relatos de grandes desmoronamentos em grandes instalações de indústrias.

Fonte: IG Economia

sexta-feira, 11 de março de 2011

PRODUÇÃO DE GRÃOS NO RN PODERÁ CRESCER MAIS DE 90%

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou ontem o sexto levantamento sobre a safra de grãos 2010/2011 no país, apontando que a produção nacional será recorde este ano e que, no Rio Grande do Norte, poderá alcançar um crescimento de 94%, na comparação com o registrado na safra 2009/2010. Ao todo, a expectativa é que o estado colha 55,9 mil toneladas de milho, feijão, arroz, algodão e sorgo. O resultado poderá ser, porém, ainda mais robusto, se os dados coletados pelos técnicos da companhia - no levantamento em campo que começará  na próxima semana - confirmarem as projeções de “fartura” para 2011.
rodrigo senaA produção de feijão é uma das que experimentarão aumentoA produção de feijão é uma das que experimentarão aumento
O desempenho positivo esperado para o Rio Grande do Norte está diretamente ligado às condições climáticas favoráveis ao cultivo. “No ano passado a produção no estado e em outros da região foi praticamente dizimada por falta de chuvas. Este ano, apesar de a área permanecer praticamente a mesma, o clima está bom e favorece o aumento da produção”, diz o gerente de avaliação e acompanhamento de safras da Conab, Carlos Bestetti, estimando que, no Nordeste, haverá um crescimento de 25% na produção.

No caso caso do Rio Grande do Norte, os números são estimados com base na média dos últimos cinco anos, mas poderão ainda sofrer alteração, após a realização dos levantamentos em campo. O primeiro desta safra será feito no período de 14 a 18 de março, diz o analista de mercado de produtos agrícolas da Conab, Luís Gonzaga Costa.  Os números mais “concretos”, segundo ele, serão divulgados em abril. “Mas o crescimento em torno de 90% é palpável em função da situação climática”, acrescenta.

Nacionalmente, a pesquisa foi realizada por 68 técnicos da Conab, no período de 21 a 24 de fevereiro. Foram ouvidos representantes de cooperativas e sindicatos rurais, de órgãos públicos e privados nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além de parte das regiões Norte e Nordeste.

Entre os produtos cultivados no RN, o levantamento mostra que haverá crescimento de produção e produtividade. A área plantada, porém, deverá ficar parecida com a da safra anterior.

Há, no entanto, exceções. O algodão deverá ser uma delas. A expectativa é que a cultura seja impulsionada este ano por um projeto de revitalização em Assu. Além do clima favorável, os mercados internacional e nacional estão “compradores”, o que também deverá servir de estímulo para os produtores que investem na cultura. As importações do estado, no entanto, devem ser mantidas, mas não apenas no que se refere a esse produto. “No caso do milho e do feijão, que são cultivados principalmente para autosubsistência, mesmo com a safra, o estado vai continuar comprando de fora. A produção não atende a demanda”, frisa Gonzaga, da Conab.

Brasil - mais 5 milhões de toneladas

De acordo com o  levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deve colher aproximadamente 154,2 milhões de toneladas de grãos este ano. O número representa um aumento de 3,4%, o que equivale a aproximadamente 5 milhões de toneladas a mais que a safra passada, que atingiu 149,2 milhões de toneladas. Com relação ao último levantamento, realizado em fevereiro, a produção cresceu 0,7%, o que representa 1,1 milhão de toneladas. A área cultivada também registrou um aumento de 3,1%, chegando a 48,9 milhões de hectares. Segundo as informações levantadas pela Conab, o motivo do crescimento é a ampliação de áreas de cultivo do algodão, do feijão 1ª e 2ª safras, da soja e do arroz, aliada à boa influência do clima no desenvolvimento das culturas. O algodão apresenta o maior crescimento em área, com cerca de 56% a mais que no ano passado.

Fonte: http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/producao-de-graos-no-rn-podera-crescer-mais-de-90/17512

quinta-feira, 10 de março de 2011

SUS é mais bem avaliado por quem utiliza o serviço

Nova edição do SIPS, realizada pelo Ipea, mostra a avaliação dos brasileiros sobre a saúde no país

Foto: Sidney Murrieta
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Luciana Mendes, técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, apresentou o SIPS-Saúde em Brasília
O Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) sobre saúde, divulgado nesta quarta-feira, 9, na sede do Ipea, em Brasília, aponta que, na opinião de 28,9% dos entrevistados no Brasil, os serviços públicos de saúde prestados pelo SUS são muito bons ou bons. Proporção semelhante dos entrevistados (28,5%) opinou que esses serviços são ruins ou muito ruins, enquanto 42,6% os consideraram regulares. 
Os resultados mostram que os serviços do SUS são mais bem avaliados por aqueles que costumam utilizá-los, quando comparados com aqueles que não os utilizam. Segundo o estudo, entre aqueles que tiveram alguma experiência com os serviços do SUS nos últimos 12 meses, a proporção de opiniões de que esses serviços são muito bons ou bons foi maior (30,4%) do que entre o outro grupo (19,2%).
A proporção de opiniões de que os serviços prestados pelo SUS são ruins ou muito ruins foi maior entre os entrevistados que não tiveram experiência com algum dos serviços pesquisados (34,3%), em comparação com aqueles que tiveram (27,6%). Apesar disso, em ambos os grupos predominam as avaliações dos serviços como “regulares”.
A técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea Luciana Mendes Servo explicou que, apesar de a pesquisa não ser uma avaliação técnica, as informações sobre a percepção dos entrevistados pode ajudar os gestores a discutir que respostas precisam ser dadas.
Avanços e dificuldades
O SIPS indicou também que o atendimento pela Equipe de Saúde da Família (80,7% das respostas) e a distribuição gratuita de medicamentos (69,6%) são os serviços mais bem avaliados. O principal ponto positivo do SUS, de acordo com a percepção dos entrevistados, é o acesso gratuito aos serviços de saúde prestados pelo sistema (52,7%), seguido, nesta ordem, pelo atendimento universal (48,0%) e pela distribuição gratuita de medicamentos (32,8%).
Já os problemas mais mencionados são a falta de médicos (58,1%), a demora para atendimento nos postos/centros de saúde ou nos hospitais (35,4%) e a demora para conseguir uma consulta com especialistas (33,8%). Os dados correspondem com as melhorias mais sugeridas pelos entrevistados: aumento do número de médicos, seguida pela redução do tempo de espera.
A pesquisa
Os resultados do estudo referem-se à percepção dos entrevistados sobre os serviços. Ressalta-se que o objetivo dessa pesquisa foi tão somente fazer um levantamento da percepção da população sobre o SUS, especialmente a respeito de alguns serviços. Não havia intenção de analisar, de forma mais abrangente, e exaustiva, se efetivamente o acesso aos serviços no SUS é ou não oportuno, se é ou não resolutivo, nem avaliar diretamente a qualidade dos serviços.  Em síntese, os resultados apresentados não derivam de uma avaliação técnica do Ipea, mas sim da percepção dos entrevistados em relação ao SUS.
Os dados para a realização do SIPS Saúde foram coletados no período de 3 a 19 de novembro de 2010, nos domicílios dos entrevistados. O questionário foi aplicado a uma amostra de 2.773 pessoas residentes em domicílios particulares permanentes, em todas as unidades da federação.
A amostragem considerou a distribuição dos domicílios em cotas para Brasil e regiões e as variáveis de controle validadas posteriormente: sexo, faixa etária, faixas de renda e escolaridade.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Economia brasileira cresce 7,5% em 2010, mostra IBGE

03/03/2011 09h00 - Atualizado em 03/03/2011 11h50

No último trimestre do ano, expansão foi de 0,7% sobre trimestre anterior.
Na comparação com um ano antes, alta foi de 5%.

Do G1, em São Paulo e no Rio
A economia brasileira fechou 2010 com crescimento de 7,5%, conforme revelou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (3). Em valores correntes, a soma de todas as riquezas produzidas pela economia no ano passado alcançou R$ 3,675 trilhões. O PIB per capita ficou em R$ 19.016.
Na comparação do IBGE com outros 16 países, o ritmo de expansão do Brasil só perde para China (10,3%) e Índia (8,6%). Supera, no entanto, a taxa de crescimento de países como Coréia do Sul (6,1%), Japão (3,9%), EUA (2,8%), e a da região da zona do euro (1,7%).
Em comunicado, o instituto diz que o resultado foi "beneficiado pela baixa base de comparação do ano anterior", já que, em 2009, ano abatido pelos efeitos da crise financeira mundial, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve recuo de 0,6%, de acordo com dado revisado pelo IBGE.

Variação do PIB de países em 2010  (Foto: Editoria de arte/G1)
Considerando apenas o quarto trimestre, em relação ao trimestre anterior, o aumento foi de 0,7%. Na comparação com o quarto trimestre de 2009, o crescimento foi de 5%.
Essa foi a maior alta registrada desde 1986, segundo informou o IBGE. A metodologia do instituto, no entanto, mudou em 1996.

Entenda os números
Os dados do PIB mostram como a economia se comportou no ano passado. Para medir esse desempenho, o IBGE analisa as taxas de crescimento da agropecuária, da indústria e dos serviços.
Por setores, o crescimento no ano foi o seguinte: agropecuária (6,5%), indústria (10,1%) e serviços (5,4%). Do ponto de vista da demanda na economia brasileira, a despesa de consumo das famílias cresceu 7%; os gastos do governo aumentaram 3,3%,  o investimento em capacidade da indústria, medido pela formação bruta de capital fixo, aumentou 21,8%.
"A leitura que se pode fazer ao observar cada trimestre de 2010, comparado com os três meses imediatamente anteriores, é de que o ano começou com a economia muito acelerada. Ao longo de 2010, houve uma desaceleração", disse Roberto Luís Olinto Ramos, coordenador de Contas Nacionais do IBGE.
No último dia 28, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o crescimento estimado para o PIB era de 7,5%.
IndústriaNo acumulado do ano passado, um dos destaques em crescimento foi a indústria, um dos setores que mais sofreram com os efeitos da crise financeira.
Comparação trimestral
Sobre o terceiro trimestre de 2010, os setores de serviços cresceram 1%; indústria recuou 0,3%; e agropecuária caiu 0,8%.
Comparação anualNa análise do quarto trimestre de 2010 sobre o mesmo de 2009, destacaram-se os serviços (4,6%) e a indústria (4,3%). A agropecuária também registrou crescimento, de 1,1%.
Investimento
De acordo com o IBGE, a taxa de investimento no ano de 2010 foi de 18,4% do PIB, superior à taxa referente ao ano anterior (16,9%), mas ainda inferior ao nível pré-crise: em 2008, a taxa de investimento era de 19,1%.
Já a taxa de poupança alcançou 16,5% do PIB contra 14,7% no ano anterior.

terça-feira, 1 de março de 2011

Geração de emprego em janeiro tem segundo melhor resultado desde 1992


Brasília - O Brasil gerou 152.091 empregos formais em janeiro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Foram admitidos 1,65 milhões e demitidos 1,49 milhões de trabalhadores.


É o segundo melhor saldo da série histórica, que teve início em 1992. O melhor saldo para meses de janeiro foi em 2010, com a geração de 181.418 empregos formais.

Os setores que mais contribuíram para o saldo positivo foram os de serviços (71.231), da indústria de transformação (53.207) e da construção civil (33.358).

Por fatores sazonais, os únicos setores que apresentaram saldo negativo foram o comércio (-18.130) e a administração pública (-1.042).

O Sudeste foi a região que apresentou a maior geração de empregos (71.095), seguido do Sul (49.075) e do Centro-Oeste (28.552).