terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Corte no orçamento reduzirá pressão inflacionária, avalia BC

O corte de R$ 50 bilhões no orçamento de 2011, anunciado neste mês pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, é uma "variável importante" e que deve ser "devidamente incorporada" às projeções do Banco Central, avaliou nesta segunda-feira (21) o diretor de Assuntos Internacionais e de Normas do Banco Central, Luiz Awazu, durante palestra na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
"A consolidação fiscal [corte de R$ 50 bilhões] determinada pela Presidenta Dilma Rousseff é uma variável importante, e deve ser devidamente incorporada nas projeções. Com certeza, irá contribuir para a moderação da demanda agregada, e consequentemente, redução da pressão inflacionária. O Copom tem trabalhado com o cenário de cumprimento pleno das metas fiscais estabelecidas governo", declarou ele.

Meta A meta de superávit primário para este ano, de R$ 117,9 bilhões, equivale a 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB), abaixo da meta de anos anteriores. Nos últimos dois anos, a meta cheia (sem abatimentos do Programa de Aceleração do Crescimento) não foi cumprida, apesar da utilização de manobras contábeis, como a capitalização da Petrobras, que inflou o esforço fiscal em mais de R$ 30 bilhões em 2010. Analistas de mercado questionam a competência do governo federal em cumprir a meta cheia em 2011.
No mesmo discurso, o diretor do Banco Central afirmou que as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a fixação da taxa básica de juros, atualmente em 11,25% ao ano, continuarão a ser adotadas com o objetivo principal de buscar o centro da meta de inflação, que é de 4,5% para este ano e 2012. Com o intervalo de tolerância existente, o IPCA, utilizado como referência no sistema de metas, pode oscilar entre 2,5% e 6,5% nestes anos sem que a meta seja formalmente descumprida.
"A inflação corrente é, sem dúvida alguma, uma variável importante que, em conjunto com indicadores, alimentam os cenários que balizam as decisões do Comitê. É preciso olhar os preços em perspectiva; considerar variáveis cujos efeitos ainda não se manifestaram; analisar o cenário interno, mas também externo", declarou ele. Até o momento, o mecado financeiro acredita que a taxa básica de juros avançará para até 12,50% ao ano no fim de 2011.

Fonte: G1

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